O mercado imobiliário brasileiro segue firmando-se como um porto seguro para quem busca preservar o poder de compra. Mesmo com juros elevados e crédito mais enxuto, os preços de venda de imóveis residenciais mantiveram alta em outubro, acelerando acima da inflação oficial e de indicadores alternativos. Veja a análise completa:
Valorização de Outubro segundo o FipeZAP
Em outubro, o Índice FipeZAP apontou avanço de 0,54% nos preços médios de venda de apartamentos e casas em todo o país. Embora levemente inferior à alta de 0,57% observada em setembro, esse resultado permaneceu acima de qualquer indicador de inflação:
– IPCA-15 (prévia do IPCA) subiu apenas 0,18%
– IGP-M registrou queda de 0,36%
Esse desempenho reforça que o tijolo voltou a atrair tanto compradores finais quanto investidores, que buscam ativos reais capazes de superar o desgaste provocado pelos custos de vida em alta.
Principais Capitais e Cidades em Alta
A escalada dos preços não se concentrou em poucas praças: 52 das 56 cidades monitoradas pelo FipeZAP apresentaram valorização em outubro, incluindo 20 das 22 capitais. Entre as lideranças, destacam-se:
– Curitiba: +1,21%
– Belo Horizonte: +1,17%
– Maceió: +0,90%
– Teresina: +0,89%
– São Luís e Fortaleza: +0,88%
Mesmo em São Paulo (+0,45%) e Rio de Janeiro (+0,40%), mercados historicamente maduros, os imóveis seguiram valorizando. Apenas Vitória e Campo Grande registraram recuo de 0,14% cada.
Desempenho Acumulado no Ano
De janeiro a outubro, os preços residenciais já sobem 5,61%, praticamente dobrando o IPCA no período (3,83%) e contrastando com a queda de 1,30% do IGP-M. Entre as capitais, quem mais brilhou foi Vitória, com alta de impressionantes 15,07%, seguida por:
– Salvador: +13,77%
– João Pessoa: +13,49%
– São Luís: +12,32%
Em São Paulo e Rio de Janeiro, os aumentos são mais modestos, em torno de 4%. Porém, o fenômeno das cidades médias e de destinos no Nordeste mostra que o turismo residencial e a busca por moradias mais baratas têm jogado forte favor da valorização.
Evolução nos Últimos 12 Meses
No intervalo de um ano, o FipeZAP acumula ganho de 6,83%, comparado a 5,17% do IPCA e 0,92% do IGP-M. Ao detalhar por tipo de imóvel, percebe-se uma preferência crescente por unidades compactas:
– Imóveis de um dormitório: +7,8%
– Imóveis de quatro dormitórios ou mais: +5,57%
A liquidez e custos menores de manutenção tornam as plantas mais enxutas o foco de investidores e pessoas que buscam o primeiro imóvel.
Preço Médio por Metro Quadrado e Disparidades Regionais
Em outubro, o valor médio nacional chegou a R$ 9.529/m². Porém, as diferenças entre regiões e tipologias são grandes:
– 1 dormitório: R$ 11.480/m²
– 2 dormitórios: R$ 8.561/m²
No ranking das capitais mais caras, o pódio ficou assim:
1. Vitória – R$ 14.122/m²
2. Florianópolis – R$ 12.618/m²
3. São Paulo – R$ 11.833/m²
4. Curitiba – R$ 11.652/m²
Em contrapartida, Aracaju (R$ 5.267/m²) e Teresina (R$ 5.774/m²) permanecem entre as mais acessíveis do levantamento.
Mesmo diante de variáveis econômicas desafiadoras, como a oscilação de preços ao consumidor e a retração no crédito imobiliário, o tijolo segue encontrando espaço para crescer acima da inflação. A diversificação entre capitais consolidadas e cidades em ascensão reforça a tese de que o imóvel funciona, hoje, como reserva de valor e proteção contra a erosão do poder de compra.

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