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Queda nas vendas do Minha Casa Minha Vida preocupa o mercado

Queda histórica nos lançamentos e vendas do Minha Casa, Minha Vida gera preocupações no mercado

O programa habitacional “Minha Casa, Minha Vida” (MCMV) relançado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva ainda não obteve resultados significativos, de acordo com dados levantados pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) no primeiro trimestre de 2023.

Os números mostram quedas expressivas em relação ao mesmo período de 2022: os lançamentos diminuíram 41,8%, totalizando 16,8 mil unidades, enquanto as vendas caíram 37,1%, totalizando 24,8 mil unidades. Essas informações foram divulgadas em uma pesquisa realizada pela CBIC.

Com essa queda, o MCMV perdeu participação de mercado. Os lançamentos do programa representaram apenas 35% do total lançado no início de 2023, em comparação com os 42% registrados no início de 2022. No caso das vendas, houve uma retração de 50%, totalizando 34%.

Segundo Celso Petrucci, presidente da Comissão de Mercado Imobiliário da CBIC, o número de lançamentos no primeiro trimestre de 2023 foi o mais baixo desde meados de 2016, o que é preocupante. Se essa tendência persistir, o setor enfrentará uma redução no volume de obras e empregos nos próximos anos.

José Carlos Martins, presidente da CBIC, destaca que essa queda é reflexo da visão negativa dos incorporadores em relação à economia brasileira. Ele afirma que os números demonstram o pessimismo dos empresários em relação ao futuro.

Uma das principais causas apontadas para essa situação é a taxa básica de juros, a Selic, considerada “absurda” pelos representantes da CBIC. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano, o que tem levado a uma migração de recursos da caderneta de poupança para outras aplicações mais rentáveis, reduzindo a disponibilidade de dinheiro nos bancos para o crédito imobiliário.

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Outro aspecto importante é que a Caixa Econômica Federal, como único agente financeiro do programa, pode perder a exclusividade nos financiamentos do MCMV. Um relatório da Medida Provisória do programa que será apresentado em breve trará uma lista de novas instituições financeiras para participar do programa.

Segundo parlamentares, a concentração do programa na Caixa gera burocracia e atrapalha o desenvolvimento da iniciativa habitacional. Acredita-se que a entrada de novos agentes financeiros possa agilizar o processo de venda e financiamento dos imóveis.

Vale ressaltar que a medida provisória que recriou o MCMV perderá a validade em 16 de junho. Para evitar que isso ocorra, é necessário que ela seja aprovada pelo Congresso antes dessa data.

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