Novo teto do MCMV aumenta o otimismo no mercado imobiliário
O Conselho Curador do FGTS aprovou, em novembro de 2025, o reajuste dos limites de financiamento do programa Minha Casa Minha Vida (MCMV) para as faixas 1 e 2. Com isso, famílias de baixa e média renda ganham fôlego para adquirir imóveis em projetos recém-lançados, enquanto construtoras veem suas margens serem recompostas diante da alta nos custos de construção.
Ajuste nos limites de financiamento por porte de cidade
• Cidades com mais de 750 mil habitantes: teto subiu de R$ 264 mil para R$ 275 mil.
• Municípios entre 300 mil e 750 mil habitantes: novo limite de R$ 270 mil.
• Cidades de 100 mil a 300 mil habitantes: teto definido em R$ 245 mil.
Esse aumento foi calculado para recuperar o poder de compra dos beneficiários, que vinha sendo corroído pela inflação de materiais e pela valorização dos terrenos nos últimos anos.
Por que a atualização era urgente
O desequilíbrio entre inflação dos insumos, salários e o valor máximo de financiamento tornou projetos inviáveis dentro dos parâmetros antigos do MCMV. Com o reajuste, relançar empreendimentos populares passa a fazer sentido financeiro — tanto para as incorporadoras quanto para as famílias que dependem do subsídio e das condições especiais de crédito do FGTS.
Impacto imediato nos lançamentos e vendas
Dados da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) mostram que, no primeiro trimestre de 2025, o MCMV foi responsável por 53% dos lançamentos residenciais e por 47% das vendas no país, ambos com alta de mais de 30% em relação ao mesmo período de 2024. Em São Paulo, o programa respondeu por 60% das 117,7 mil unidades vendidas entre agosto de 2024 e julho de 2025, movimentando R$ 58,2 bilhões em VGV (Valor Geral de Vendas).
Beneficiadas entre as grandes construtoras
• Tenda: 85% das vendas concentradas nas faixas 1 e 2 do MCMV. Com o novo teto, a empresa pode oferecer subsídios adicionais de R$ 2 mil a R$ 9 mil, ampliando ainda mais seu alcance.
• Plano & Plano: cerca de 70% das operações também estão nessas faixas, garantindo fôlego para retomar projetos paralisados.
• Direcional: foco no Norte do país, onde o ajuste de teto viabiliza novas etapas de empreendimentos populares.
Orçamento do FGTS para habitação em 2026 reforça perspectivas
A despeito de incertezas macroeconômicas, o orçamento habitacional do FGTS para o ano que vem terá um incremento de 6%, chegando a R$ 160,2 bilhões. Esse volume extra de recursos fortalecerá linhas de crédito e garantirá liquidez para contratações e lançamentos de projetos enquadrados no MCMV.
Efeitos multiplicadores na cadeia da construção
A recomposição das margens das incorporadoras tende a gerar mais encomendas para fornecedores de materiais, aumentar a demanda por mão de obra especializada e aquecer prestadores de serviços como arquitetura e engenharia. Esse ciclo virtuoso pode, por sua vez, estimular a economia local, principalmente em cidades médias e pequenas, onde o efeito do programa já representa fatia significativa do mercado imobiliário.
No curto prazo, o saldo é de otimismo: famílias têm acesso a imóveis compatíveis com sua renda; construtoras retomam obras antes inviáveis; e toda a cadeia produtiva ganha tração. O novo teto do MCMV mostra-se, portanto, como um respiro fundamental para manter o ritmo de lançamentos e vendas em alta, enquanto o setor aguarda os próximos passos do Governo e do mercado financeiro.

Blog dos Imóveis
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