XP Asset reforça otimismo com novo FII de crédito e Maxi Renda amplia carteira
O terceiro trimestre de 2025 trouxe para a XP Asset um cenário de confiança no mercado imobiliário, mesmo com taxas de juros elevadas e incertezas globais. Gestores da casa destacaram a solidez dos fundos de crédito imobiliário e agro, além dos resultados robustos do Maxi Renda (MXRF11), principal FII de crédito da XP.
Mercado imobiliário resiste a juros altos e choques externos
Apesar de o Federal Reserve norte-americano ter sinalizado cortes de juros apenas após longo ciclo de aperto, o Brasil manteve a Selic perto de 15%, patamar mais alto em quase 20 anos. Mesmo assim, o diretor de investimentos Evandro Santos ressaltou que “os ativos de risco performaram super bem” e que o setor imobiliário nacional continua surpreendentemente forte, apoiado por vendas aquecidas, especialmente em São Paulo.
Maxi Renda (MXRF11) consolida liderança em popularidade
Sob a apresentação do gestor André Masetti, o Maxi Renda encerrou o trimestre com:
– Patrimônio líquido de R$ 4,1 bilhões;
– Mais de 1,3 milhão de cotistas, maior base de investidores entre FIIs da B3;
– Distribuição trimestral de R$ 0,30 por cota, equivalente a dividend yield anualizado de 15,45%;
– Liquidez de mais de R$ 10 milhões em negociações diárias.
O portfólio do fundo está concentrado em 77% de CRIs, 15% em outros fundos imobiliários, 7% em permutas financeiras e 1% em caixa, com rentabilidade média de IPCA + 10,4%. Entre as aquisições recentes, destacam-se o CRI JK Square (lajes corporativas AAA em SP) e o CRI Flor do Sol (perfil residencial), além de reforços em FIIs como LPLP11, XPHR11 e GARI11.
Vendas recordes impulsionam lançamentos e novo veículo de investimento
Em São Paulo, mais de 120 mil imóveis foram comercializados nos últimos 12 meses, conforme dados da XP Asset. A rápida absorção de novos empreendimentos motivou o lançamento do XB Habitat Senior SUV, um FII de crédito imobiliário com patrimônio inicial de R$ 600 milhões. O veículo mira operações estruturadas em lajes corporativas e residenciais de alto padrão, reforçando a capacidade da gestora em captar recursos e distribuir risco.
Medidas fiscais distendem consumo e sustentam setor
No Brasil, políticas de desoneração tributária ajudaram a manter o consumo aquecido. A isenção de Imposto de Renda para trabalhadores com renda mensal de até R$ 5 mil deve beneficiar 30 milhões de brasileiros, injetando maior liquidez na ponta final da cadeia. Ao mesmo tempo, o governo elevou o teto de financiamentos imobiliários de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões em capitais como SP e RJ, atraindo o público de classe média e mantendo o programa Minha Casa Minha Vida como motor central das vendas.
Política monetária e fiscal em contrapartida
Enquanto o Fed sinaliza um primeiro corte de juros após apertos sucessivos, o Brasil permanece com a Selic alta, freando cortes imediatos. “É o clássico aperta de um lado e solta do outro”, sintetiza Evandro Santos, comparando juros elevados aos estímulos ao consumo. A proposta de taxar rendimentos antes isentos de FIIs e fundos de infraestrutura (MP 303) gerou volatilidade, mas teve impacto contido frente à resiliência dos fundos de crédito.
Perspectivas de crescimento via mercado de capitais
Hoje, apenas 15% dos financiamentos imobiliários no Brasil passam pelo mercado de capitais, número ainda tímido perto dos 70–80% de países desenvolvidos. Segundo Masetti, há espaço para expansão de CRIs e debêntures imobiliárias, especialmente se o emprego formal e a confiança do consumidor permanecerem firmes. A XP Asset mantém foco em ativos de alta qualidade, com alocações recentes em Flor do Sol Urbanismo, KSM e JK Square, e segue avaliando novas oportunidades em lajes corporativas e residenciais.
O trimestre confirma que, mesmo em ambiente de juros elevados e ruídos geopolíticos, o crédito imobiliário no Brasil segue atraente. Com fundos bem posicionados, base diversificada de investidores e lançamentos estruturados, a XP Asset reforça seu otimismo e planeja novas emissões nos próximos meses.
Blog dos Imóveis
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