Pular para o conteúdo

Competência e inteligência no mercado imobiliário

Competência e inteligência no mercado imobiliário

Além de professora e pesquisadora comportamental, Sabina Deweik é uma futurista,
qualidade de quem pesquisa e antecipa o futuro. Falando para o Saber Imobiliário, ela afirmou que o
futuro não é singular, é plural; é o que se cria a partir de novas escolhas, aqui e agora. Portanto a
relevância do Corretor de Imóveis perante a sociedade depende de escolhas e ações, neste momento.
A pandemia provocou grande disrupção e aceleração do futuro. Impulsionou mudanças do porvir com
rapidez muito maior do que a velocidade de adaptação humana.
Para Sabrina, a capacidade de adequação humana é linear, mas a pandemia forçou sua
adaptabilidade a uma crescente velocidade parabólica. Tudo mudou: desde a automação tecnológica
a consumidores e consumo. Klaus Schwab, (Fórum Econômico Global) assevera que os tipos de crises
se exacerbam e se remodelam entre si. Adam Tooze, em 1º/01/22, expôs gráfico que interrelaciona
temas críticos, como pandemia, petróleo, gás, inflação e meio-ambiente. Mas, em 22 de janeiro, a
guerra na Ucrânia emaranhou tudo, provando a interconexão das crises.
Cada crise impacta outra e, consequentemente, o comportamento do consumidor. O
jovem de hoje não se identifica com os do passado. É o que se chama de ansiedade climática. Hoje,
testemunhamos a inteligência artificial generativa (ChatGPT) que, em meros dois meses, logrou 100
milhões de usuários; já está na 4ª geração e, de acordo com a PWC, injetará na economia 16 trilhões
de dólares até 2030. Para Amy Webb, futurista americana, a velha internet já era; a nova, ao invés de
ser inspecionada, nos inspeciona. Nada pode ser mais disruptivo!
Precisaremos de novas habilidades para tantas novidades: o Banco Silicon Valey entra
em falência; Credit Suisse é comprado para garantir a credibilidade dos bancos suíços; emergências
climáticas afloram em todo o mundo. A sensação comum é de impotência. O acrônimo VUCA, já
dissertado em artigo anterior, que simboliza a vida pré-pandemia, é substituído pelo BANI, o mundo
pós-coronavírus. O contexto, portanto, já não é de volatilidade, é de fragilidade e de muita ansiedade.
O Brasil, infelizmente, é o segundo país mais ansioso do planeta.
Aliás, ansiedade tem tudo a ver com onde e como se vai morar. Vivemos um momento
nada linear, sem causa e efeito, em que os caminhos são múltiplos e incompreensíveis. Quem não
está confuso, está mal informado (Tom Zé). Em 20 anos, 50% da força de trabalho será substituída por
robôs. O mundo será muito mais tech. Corretores de Imóveis terão de desenvolver habilidades cada
vez mais intrinsecamente humanas. A tecnologia é o meio; nós somos os fins. Quem não for capaz de
assimilar as necessidades e sonhos humanos ficará fora do mercado.
Atualmente, convivem 4 gerações: baby boomers, X, Y e Z, cada uma delas com seus
anseios. Mas 34% de todas querem sair do aluguel e, surpresa, 37% dos Z têm intenção de comprar
imóvel. Para atendê-los, precisamos de foco: temos de identificar os padrões e a convergência dos
atuais acontecimentos. Há muita coisa junta e misturada. Temos de ser protagonistas e cocriadores
de tendências. Não é sobre uma era de mudanças, é sobre a mudança de uma era. A única certeza é
que nada é permanente. Por mais difícil que seja, temos de nos adaptar!

LEIA  Coronavírus: Auxílio emergencial do governo é aprovado por unanimidade no Senado