O Mercado Imobiliário em Alta: Desempenho em Belém e o Cenário Nacional
O mercado imobiliário brasileiro está passando por uma fase de intensa movimentação, conforme se evidencia na capital gaúcha e em outros pontos estratégicos do país. Em especial, a cidade de Belém, capital do Pará, tem se destacado de maneira surpreendente ao ocupar o segundo lugar no ranking das cidades com os aluguéis mais altos do Brasil, atrás apenas de São Paulo. Essa mudança no cenário imobiliário não acontece por acaso, mas reflete uma confluência de fatores que impactam diretamente a forma como as pessoas buscam tanto imóveis para compra quanto para locação.
Belém: O Crescimento Rápido dos Aluguéis
De acordo com o índice FipeZAP de março de 2025, o valor do aluguel em Belém chegou a impressionantes R$57,29 por metro quadrado. Com essa cifra, a cidade ultrapassou metrópoles como Rio de Janeiro e Florianópolis, consolidando-se como a segunda mais cara para locação no Brasil. A expectativa é que, com a aproximação da COP30, programada para novembro e destinada a discutir mudanças climáticas, a pressão sobre os preços de locação aumente ainda mais, especialmente em relação aos aluguéis de temporada.
Paula Reis, economista do DataZAP, destaca que, embora os aluguéis de longa duração não tenham sentido os efeitos imediatos desse evento, a demanda por hospedagens temporárias deverá subir exponencialmente durante a conferência, elevando os preços das diárias.
Aluguel em Alta: O Impacto da Inflação
O índice FipeZAP também reportou uma alta geral de 1,15% no aluguel residencial em março, acumulando uma elevação de 3,22% no primeiro trimestre do ano, superando os índices de inflação registrados pelo IPCA e IGP-M. Localidades como Vitória, Campo Grande e Teresina apresentaram aumentos ainda mais acentuados, destacando a tendência de valorização do mercado em diversas regiões brasileiras.
Além disso, a rentabilidade média dos investimentos em imóveis para locação se mostrou bastante atrativa, alcançando 5,88% ao ano. Com ênfase em unidades de um dormitório, onde a rentabilidade chega a 6,59%, Belém se destaca como um destino promissor para investidores, acompanhada por Manaus e Recife.
Ranking de Rentabilidade: As Melhores Cidades para Investir
O cenário de rentabilidade em março revelou cidades que oferecem oportunidades significativas para o investidor:
1. Manaus: 8,39%
2. Belém: 8,37%
3. Recife: 8,18%
4. São Luís: 7,96%
5. Natal: 7,78%
Cidades como Curitiba e Vitória figuram entre as menos rentáveis, refletindo a competitividade e a dinâmica do mercado nas diferentes regiões.
A Preferência por Imóveis Usados em São Paulo
No cenário de São Paulo, a tendência da busca por imóveis usados se consolidou fortemente, com 85% dos interessados optando por propriedades de segunda mão, segundo dados da startup Compre & Alugue Agora. Os imóveis populares ganham destaque, representando 39% da demanda, seguidos pelos imóveis de médio padrão e comerciais.
Outro fator a ser considerado é a preocupação com o custo do condomínio, que se mostrou decisivo para a maioria dos compradores. Essa realidade se entrelaça com os desafios enfrentados pelo mercado, como a excessiva oferta e a dificuldade de financiamento.
Financiamento Imobiliário e Locação em Alta
O financiamento continua sendo a principal maneira de aquisição de imóveis, representando 75% das transações. Contudo, o setor de aluguel também se destaca, englobando 85,7% das operações no mercado imobiliário. Em contrapartida, a compra de imóveis compõe apenas 15,3%, evidenciando a preferência crescente por locações no cenário atual.
Locação de Curta Duração: Oportunidades para Investidores
Com a ascensão dos alugueis de curta duração, há uma perspectiva robusta de rentabilidade que pode chegar a até 27% ao ano. As áreas urbanas com alta demanda turística se tornaram pontos estratégicos para investidores nessa modalidade. Cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Balneário Camboriú se destacam como os locais mais lucrativos, apresentando rentabilidades que variam entre 6,5% e 15% ao ano.
Esses empreendimentos frequentemente focam em estúdios e apartamentos de até dois dormitórios, com demanda elevada próxima a hospitais, universidades e centros de eventos. Eventos de grande porte, como shows e festivais, provocam a volatilidade dos preços das diárias, oferecendo aos proprietários oportunidades de lucro expressivo em períodos de alta sazonalidade.
No litoral catarinense, por exemplo, o preço do metro quadrado chegou a ultrapassar R$14 mil em Balneário Camboriú, com significativa valorização. Investidores se voltam para imóveis em áreas que atraem turistas, especialmente durante períodos festivos.
Riscos da Financeirização do Mercado Imobiliário
Apesar da atratividade dessa nova onda de investimentos, especialistas alertam para os riscos associados à financeirização do mercado imobiliário. A prática de adquirir grandes quantidades de imóveis para locação de curta duração, por parte de fundos e investidores externos, pode resultar em efeitos adversos para a comunidade local. Esse fenômeno já foi observado em cidades ao redor do mundo, onde regulamentações severas foram impostas para proteger a oferta de moradias tradicionais.
A Geração X em Foco: Aluguel como Alternativa Viável
Dados do Anuário DataZAP revelam que a Geração X, com idades entre 41 e 60 anos, representa 45% dos locatários no Brasil. Esse dado indica uma mudança no perfil dos inquilinos, comprovando que o aluguel não é apenas uma opção para os mais jovens, mas também uma alternativa viável para as faixas etárias mais maduras. A elevação da taxa Selic e o acesso restrito ao crédito são fatores que incentivam essa mudança de comportamento.
O crescimento da taxa de locação de imóveis residenciais reflete as transformações econômicas e sociais em curso, ressaltando que, cada vez mais, a locação se apresenta como uma estratégia de moradia eficiente e adaptável às novas realidades do mercado.

Blog dos Imóveis
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