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Desvende como a inflação impacta os lançamentos imobiliários e descubra onde investir agora

Desvende como a inflação impacta os lançamentos imobiliários e descubra onde investir agora

Lançamentos Imobiliários Freiam Ritmo com Alta de Custos na Construção

Os lançamentos de imóveis novos no Brasil desaceleraram no terceiro trimestre de 2025 em razão da inflação do setor de construção. O Índice de Lançamentos Imobiliários (ILI), criado pelo DataZAP, aponta que os preços subiram 1,73% no período, abaixo dos 1,98% do Índice Nacional da Construção Civil (INCC). Esse patamar mais contido ajuda a explicar a redução do volume de projetos em algumas regiões do país.

DataZAP e INCC: Entenda a Métrica

O ILI monitora todas as etapas de um empreendimento imobiliário, do pré-lançamento à entrega das chaves, em 11 regiões brasileiras. Já o INCC mede os custos na cadeia da construção (materiais, mão de obra e despesas administrativas). Quando o ILI fica abaixo do INCC, significa que os incorporadores estão absorvendo parte da alta de custos, moderando preços ou reduzindo novos lançamentos.

Dinâmica Regional: Do Rio a Fortaleza

– Rio de Janeiro: destaque absoluto, com valorização de 15,07% no preço mediano (R$ 14.387/m²). O impulso vem do segmento médio-alto e luxo, que fatura a confiança de compradores mais abastados.

– Campinas: alta de 11,65%, puxada por imóveis econômicos, cujo preço subiu cerca de 18%.

– Porto Alegre e Curitiba: permanecem entre os mais caros do país (R$ 16.461/m² em Porto Alegre e R$ 14.833/m² em Curitiba), com ritmo mais estável.

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– São Paulo: desacelerou 1,03% no trimestre, mas segue líder absoluto, com 123 mil unidades lançadas nos últimos 12 meses e preço médio de R$ 12.884/m² (alta anual de 5,70%).

– Belo Horizonte e Fortaleza: registraram queda de preços, revelando um cenário local mais desafiador para novos projetos.

Segmentos que Seguram o Mercado

Mesmo com juros elevados, o setor mostra resiliência:

– Econômico: demanda firme e preço em alta de 4,14% em São Paulo.

– Médio-Alto e Alto Padrão: puxaram o avanço paulista (+6,49% e +6,41%) e impulsionaram o Rio de Janeiro.

– Luxo: permanece aquecido, atraindo investidores que não dependem tanto de financiamento bancário.

Juros e Crédito: Impactos Desiguais

Taxas de financiamento ainda estão altas, mas afetam principalmente o mercado de padrão médio e alto. Já o segmento econômico e o de luxo sentem menos esse peso: quem compra com recursos próprios ou via consórcio continua ativo.

Tendências com as Novas Regras de Crédito Habitacional

A reformulação do Sistema Financeiro de Habitação (SFH), anunciada em outubro de 2025, deve abrir espaço para novos lançamentos e facilitar a entrada de compradores de classe média e alta:

• Teto do SFH ampliado para imóveis de até R$ 2,25 milhões

• Financiamento de até 80% do valor, reduzindo a necessidade de entrada

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• Uso do FGTS mais flexível, inclusive para famílias com renda acima de R$ 12 mil

Essas mudanças, somadas à expectativa de queda da Selic no início de 2026, devem baratear o crédito a partir do segundo trimestre, estimulando uma nova onda de projetos imobiliários em todo o país.

O Que Vem pela Frente

Com os custos de construção ainda pressionados, incorporadoras vão buscar segmentos de maior valor agregado, especialmente no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Belo Horizonte. A retomada mais intensa de lançamentos deve ocorrer quando o crédito ficar mais acessível, abrindo espaço para consumidores de diversos perfis.

Em resumo, o terceiro trimestre de 2025 mostrou um mercado equilibrando-se entre a alta de custos e a demanda resiliente. Incorporadoras ajustam preços e volumes conforme o panorama regional e aguardam um cenário de juros mais baixos para refletir em novos, e robustos, lançamentos.