CARTÓRIOS DE SANTA CATARINA PROIBEM A TOKENIZAÇÃO DE IMÓVEIS
Recentemente, a Corregedoria-Geral do Foro Extrajudicial de Santa Catarina decidiu que os cartórios do estado não poderão registrar operações de tokenização de imóveis. Essa medida, que afeta diretamente o uso da tecnologia blockchain no mercado imobiliário, gerou uma onda de discussões sobre o futuro dessa inovação no Brasil.
A proibição se baseou no crescimento de iniciativas privadas que buscavam vincular a matrícula de imóveis a ativos digitais, uma prática que ainda não possui respaldo legal adequado. Entre as justificativas apresentadas pelo órgão regulador, destacam-se as preocupações com a segurança jurídica, a possibilidade de fraudes e o risco de lavagem de dinheiro, uma vez que o sistema tradicional de registro de imóveis continua a dominar as transações.
FUTURO DA TOKENIZAÇÃO NO BRASIL
Apesar do cenário atual adverso, a pesquisa de regulamentação federal para lidar com a tokenização pode trazer esperança para novas discussões sobre a aplicação de blockchain no setor imobiliário. Especialistas do setor acreditam que, com uma regulamentação adequada e uma análise técnica mais aprofundada, a tokenização pode ser reavaliada, possibilitando um menor risco legal e promovendo maior segurança nas transações imobiliárias.
A ausência de uma legislação explícita para o registro de imóveis tokenizados aponta a necessidade de um marco legal que poderia não apenas legitimar essas operações, mas também proporcionar um ambiente seguro para o investimento e a inovação. A Abtoken, entidade que representa as empresas de tokenização, critica veementemente a decisão, apontando que a proibição reflete uma falta de entendimento dos benefícios que a tokenização pode oferecer, como transações mais seguras e rápidas.
IMPACTO NO MERCADO IMOBILIÁRIO DE PORTO ALEGRE
Em paralelo à discussão sobre a tokenização, Porto Alegre está passando por um intenso debate em torno da revisão de seu Plano Diretor. A proposta atual visa promover o adensamento populacional em áreas com infraestrutura adequada, permitindo a construção de edifícios mais altos e uma maior densidade urbana.
O foco recai sobre áreas estratégicas, como o 4º Distrito e o Centro, onde a construção de imóveis de até 130 metros de altura poderia se tornar realidade. Esta proposta é uma tentativa de otimizar os investimentos públicos e tornar os deslocamentos diários mais práticos, reduzindo a expansão desordenada de áreas urbanas.
Entretanto, as mudanças propostas também suscitam críticas. Defensores de um desenvolvimento urbano sustentável alertam para os potenciais impactos na infraestrutura e na qualidade de vida dos habitantes. A proposta, discutida por sete anos e fundamentada em práticas de urbanismo internacional, precisa ainda passar por audiência pública e ajustes antes de ser enviada à Câmara Municipal.
TENDÊNCIA DO AUMENTO DE PESSOAS MORANDO SOZINHAS NO BRASIL
Por outro lado, o fenômeno crescente do aumento de pessoas vivendo sozinhas no Brasil está impactando o mercado imobiliário de maneira significativa. Com a última pesquisa do IBGE indicando que, em 2024, 18,6% das residências no país são ocupadas por uma única pessoa—o que representa um aumento de quase 6% em comparação a 2012—o cenário demanda novas soluções habitacionais.
Em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro, a demanda por microapartamentos tem aumentado exponencialmente. Fatores como o envelhecimento da população e mudanças comportamentais estão impulsionando essa tendência. O Rio de Janeiro, em particular, destaca-se com 22% da população vivendo sozinha, e o fenômeno se abre a discussões sobre solidariedade e inclusão social, especialmente diante dos desafios da solidão entre os idosos.
Essa transformação nos hábitos habitacionais é acompanhada por um crescente reconhecimento do mercado sobre a importância de criar soluções habitacionais adequadas para diferentes perfis de residentes, refletindo uma necessidade social.
RECEITA DO MERCADO IMOBILIÁRIO: AÇÕES DAS CONSTRUTORAS E CENÁRIO ECONÔMICO
A recente dinâmica de cortes na taxa Selic também trouxe reações positivas no mercado imobiliário, com as ações de construtoras apresentando uma valorização considerável. Estudo da corretora de investimentos Rico revela que, em ciclos de redução de juros, o setor de construção civil frequentemente amarga altas substanciais, como as registradas em anos anteriores—246% em 2005 e 161% em 2009.
Embora os ciclos mais recentes tenham apresentado variações mais modestas e uma recente queda de até 21% em 2023, a expectativa é otimista para os próximos anos. A tendência de juros mais baixos deverá despertar o interesse por imóveis, reduzir custos de financiamento e melhorar a reprecificação dos ativos.
Todavia, desafios ainda permanecem, especialmente para construtoras com alta alavancagem e dívidas externas. A adaptação a um cenário de juros flutuantes é vital para a sobrevivência e crescimento das empresas no setor. Assim, os investidores terão que permanecer atentos ao cenário econômico e ao comportamento de cada construtora, identificando as que estão melhor posicionadas para aproveitar a expectativa de valorização.
CRESCIMENTO DO MERCADO IMOBILIÁRIO EM FORTALEZA
Por fim, o mercado imobiliário de Fortaleza se destaca positivamente, apresentando um crescimento impressionante de 18% nas vendas de imóveis no primeiro semestre de 2025. O Sinduscon-CE, por meio de seu estudo, apontou que 9.756 unidades residenciais foram vendidas entre janeiro e julho desse ano, um número significativo comparado às 8.293 unidades no mesmo período do ano anterior.
Os loteamentos foram o grande destaque, apresentando um crescimento de 62% nas vendas e 79% no Valor Geral de Vendas (VGV). O mercado vertical também se destacou, principalmente o segmento econômico, que viu uma expansão de 83% nas unidades vendidas. Com um VGV de R$ 3,14 bilhões, Fortaleza não apenas reflete uma resposta à alta demanda por soluções habitacionais de qualidade, mas também cria novas oportunidades de investimento no setor.
Essas tendências nos cenários de tokenização, crescimento da população vivendo sozinha, revisão do Plano Diretor em Porto Alegre, reações das construtoras e o êxito do mercado de Fortaleza desenham um quadro complexo, mas promissor para o futuro do mercado imobiliário no Brasil. A contínua adaptação a essas dinâmicas será crucial para a evolução do setor.

Blog dos Imóveis
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