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5 Lições do Avanço Imobiliário Chinês para Transformar o Mercado Brasileiro

5 Lições do Avanço Imobiliário Chinês para Transformar o Mercado Brasileiro

Construção modular e pré-fabricação: velocidade que muda o jogo

A construção modular, com peças produzidas em fábricas e montadas como um grande quebra-cabeças, permite erguer edifícios inteiros em poucos dias. Em 2020, mais de 630 milhões de metros quadrados na China foram construídos por esse método, representando cerca de 20% dos novos empreendimentos. A previsão é chegar a 30% até 2025.

Principais benefícios:

• Menos desperdício de material, pois tudo é medido na linha de produção.

• Custos mais previsíveis, eliminando atrasos comuns em obras tradicionais.

• Prazo enxuto: montagem rápida e eficiente, reduzindo riscos climáticos ou de mão de obra.

Sustentabilidade em cada painel e cobertura verde

O método modular não só acelera obras, como também promove práticas verdes. Entre as inovações utilizadas estão:

• Painéis térmicos de baixo carbono, que isolam prédios e economizam energia.

• Telhados verdes, que refletem calor e diminuem o consumo de ar-condicionado.

• Materiais leves, resistentes e reaproveitáveis, reduzindo o impacto ambiental.

Essa combinação traz ganhos duplos: constrói rápido e entrega espaços mais confortáveis e econômicos ao longo dos anos.

Planejamento urbano de longo prazo: cidades conectadas e resilientes

Após o colapso da Evergrande, o governo chinês lançou um plano até 2035 para redesenhar cidades inteiras. A aposta é em corredores metropolitanos, interligados por trens de alta velocidade, além de centros urbanos “inteligentes, resilientes e bonitos”.

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• Infraestrutura básica: investimento de 4 trilhões de yuans (aproximadamente 560 bilhões de dólares) nos próximos cinco anos.

• Cidades inteligentes: em Hangzhou, um “cérebro urbano” com inteligência artificial monitora trânsito, poluição e emergências em tempo real.

• Escala metropolitana: evita bolsões isolados, favorecendo crescimento harmônico e infraestrutura compartilhada.

“IA+” na construção: do projeto ao canteiro de obras

O ambicioso plano “IA+” busca usar inteligência artificial em todas as etapas do setor industrial, incluindo a construção civil:

• Algoritmos otimizam logística de envio de materiais, reduzindo atrasos e custos de transporte.

• Sensores em tempo real medem segurança estrutural, permitindo manutenção preditiva.

• Projetos gerados por softwares de modelagem 3D combinam eficiência e estética, minimizando erros humanos.

Lições para o Brasil: como adaptar sem copiar cegamente

O déficit habitacional no Brasil ultrapassa 5,8 milhões de moradias, segundo a Fundação João Pinheiro. Entre nossos desafios, estão:

• Altos custos de construção, agravados pela falta de industrialização de processos.

• Burocracia e legislação inflexível, que atrasam aprovações de loteamentos e obras.

• Planejamento urbano fragmentado, sem integração entre cidades vizinhas.

Inspirações chinesas para o Brasil:

1. Incentivar fábricas de componentes pré-fabricados, gerando empregos locais e reduzindo custos de obra.

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2. Estimular o uso de materiais sustentáveis, alinhando o setor às metas de descarbonização.

3. Desenvolver corredores urbanos regionais, criando metrópoles mais organizadas e interligadas.

4. Adotar sistemas de IA em projetos e canteiros, melhorando prazos e segurança.

A China demonstra que acelerar obras não significa abrir mão da qualidade ou da sustentabilidade. Adaptar essas práticas ao nosso clima, geografia e realidade institucional exige ambição e planejamento, mas pode transformar o jeito de morar no Brasil. Ao aprender com essa experiência, teremos cidades mais eficientes, moradias acessíveis e um mercado imobiliário preparado para as demandas do século 21.